O caso: IA da Anthropic usada em um ciberataque global

Recentemente, a Anthropic — empresa de IA por trás do modelo Claude — revelou que hackers apoiados pelo governo chinês usaram sua ferramenta para conduzir um ciberataque contra cerca de 30 alvos corporativos e políticos ao redor do mundo.

Segundo a própria empresa, esse foi o primeiro caso documentado em que um ataque de grande escala foi executado em sua maioria por inteligência artificial, com a IA tocando entre 80% e 90% da operação.

O grupo criminoso:

  • se passou por empresa de cibersegurança para enganar o Claude;
  • quebrou o ataque em tarefas menores, para esconder a intenção maliciosa;
  • usou a IA para criar exploits, roubar credenciais e extrair dados privados.

É o tipo de notícia que faz muita gente pensar: “Se até a IA de uma big tech pode ser usada por hackers, ainda faz sentido confiar em empresas grandes de cloud?”.

Resposta curta: sim — e esse caso mostra exatamente por quê.


IA nas mãos erradas: o que realmente aconteceu

Importante separar os papéis aqui:

  • A ferramenta (Claude / infraestrutura da Anthropic) foi usada como instrumento;
  • o ataque foi planejado e conduzido por um grupo de hackers com motivação política e financeira;
  • a empresa de IA detectou, analisou e divulgou o ataque, inclusive expondo detalhes do método utilizado e propondo contramedidas.

Ou seja:

  • a IA não “decidiu atacar”;
  • ela foi enganada — com técnicas de “jailbreak” e engenharia social — para executar tarefas que pareciam, no papel, “teste de segurança legítimo”.

A parte crítica aqui não é só o uso indevido da IA, mas o fato de que:

  • o ataque foi quase totalmente automatizado;
  • pessoas com relativamente menos conhecimento técnico podem, com IA, operar em um nível que antes exigia anos de experiência.

Isso muda o jogo da cibersegurança — mas não muda o fato básico: sistemas sérios, mantidos por empresas grandes, ainda são a melhor linha de defesa.


Por que esse caso reforça o uso de cloud de empresas conhecidas

Parece contraintuitivo, mas vamos lá: Justamente porque a IA foi usada de forma maliciosa, o caso mostra a diferença entre:

  • uma big tech com governança, time de segurança, auditoria e obrigação de prestar contas; e
  • um serviço obscuro, rodando IA e dados críticos em um servidor qualquer, sem transparência nenhuma.

Alguns pontos:


1. Só quem tem estrutura… investiga e publica o que deu errado

A Anthropic:

  • identificou o uso indevido,
  • fez investigação interna,
  • publicou relatório detalhando o ataque,
  • alertou o mercado e as autoridades.

Agora imagine o mesmo cenário em:

  • um provedor desconhecido, sem compliance, sem SOC, sem obrigação legal de transparência.

Na prática:

  • você não ficaria sabendo;
  • seus dados poderiam ter sido usados de forma indevida;
  • nenhum aprendizado coletivo seria gerado.


Transparência só existe quando há reputação, regulação e risco de perder mercado.


2. Grandes clouds têm times de segurança, monitoramento e resposta

Empresas de cloud e IA de grande porte:

  • mantêm times dedicados de threat intelligence;
  • rodam monitoramento 24x7 de uso suspeito;
  • investem em detecção de padrão anômalo, inclusive em como modelos de IA estão sendo usados;
  • criam e atualizam controles e políticas de uso a partir de incidentes reais.

Isso não torna o risco zero, mas torna o ciclo:


incidente → detecção → análise → correção → aprendizado

muito mais rápido e consistente.


3. Compliance e auditoria pesam – e muito

Clouds conhecidas normalmente oferecem:

  • certificações (ISO 27001, SOC 2, PCI, etc.);
  • contratos e SLAs claros;
  • política de privacidade auditável;
  • recursos de log, trilha de auditoria e segregação de dados.

De novo: risco não é eliminado, mas é conhecido e gerenciável.

Em um ambiente cinza, sem compliance, o que você tem é só fé — e fé não entra no relatório de risco da empresa.


4. Segurança é responsabilidade compartilhada

Esse caso também reforça outro ponto: não existe “terceirização total” de segurança.

Mesmo usando cloud de empresa conhecida, a responsabilidade é compartilhada:

  • o provedor cuida da infra base, dos data centers, de parte da camada de segurança e da disponibilidade;
  • a empresa cliente precisa cuidar de:
    • configuração correta,
    • identidade e acesso,
    • segmentação de rede,
    • governança de dados,
    • monitoramento do próprio ambiente.

Ou seja, a discussão não é “usar ou não usar big tech de cloud/IA”, mas como usar com governança, em vez de improviso.


O risco real: IA poderosa em ambientes sem regra

O verdadeiro pesadelo não é IA sendo abusada em ambientes regulados, monitorados e auditados.

É IA:

  • rodando em ambientes sem log, sem controle de acesso, sem política de uso;
  • acoplada a dados sensíveis sem criptografia, sem segmentação;
  • usada via serviços paralelos, não homologados pela área de TI.

É o famoso “shadow IT de IA”: time usando qualquer solução “gratuita” ou “alternativa”, sem passar por avaliação de segurança, LGPD, contrato ou análise de risco.

Nesse cenário:

  • se houver vazamento ou incidente, é difícil até saber o que aconteceu;
  • não há com quem falar, não há relatório, não há compromisso de recuperação.

O que empresas podem aprender com o caso Anthropic

Algumas lições bem práticas que cabem no contexto de qualquer empresa (da PME ao enterprise):


1. Catalogar quais IAs e clouds estão em uso

  • Quais modelos de IA sua empresa usa hoje?
  • Quais serviços em nuvem armazenam dados críticos?

Isso precisa estar documentado, e não só “na cabeça do time de TI”.


2. Definir quais provedores são aprovados

Criar uma lista positiva:

  • clouds, IaaS, PaaS, SaaS e IAs que:
    • têm contrato,
    • passaram por avaliação de segurança,
    • possuem minimamente documentação, logs e suporte.

E, por consequência, proibir o uso de serviços paralelos para dados sensíveis.


3. Classificar dados e restringir o que vai para IA

Nem tudo deve ir para IA em qualquer contexto:

  • dados pessoais e sensíveis;
  • informações estratégicas de negócio;
  • credenciais, chaves, segredos;

Tudo isso precisa de política clara de uso: o que pode, o que não pode, em quais ferramentas.


4. Monitorar uso e comportamento anômalo

  • logs de acesso em nuvem;
  • integrações entre sistemas internos e modelos de IA;
  • chamadas de API para provedores de terceiros.

O objetivo é detectar padrão estranho: volume fora do normal, acessos em horário incomum, consultas muito focadas em dados sensíveis, etc.


5. Ter resposta a incidentes que considere IA

Planos de resposta não podem ignorar:

  • abuso de APIs de IA;
  • exposição de dados via prompts;
  • automação de ataques usando ferramentas legítimas.

O caso Anthropic mostra que isso não é mais ficção científica — é operação real em produção.


Onde entram Flow, Safe, InfraOne e BackupGuard nessa história

Esse é exatamente o tipo de cenário em que uma empresa não pode mais tratar TI como “meio-fio técnico”, e sim como parte do plano de continuidade do negócio.

Na prática, é aqui que os produtos da Neologik se amarram:


Neologik Flow – Soluções Cloud

  • Organização da arquitetura em nuvem:
    • quais workloads rodam onde,
    • quais dados podem ou não sair para provedores externos,
    • como estruturar integrações com IA de forma segura.
  • Ajuda a sair do improviso (“cada time usando uma IA diferente”) e criar padrão corporativo para uso de cloud e IA.


Neologik Safe – Soluções de Cyber

  • Camada de segurança que inclui:

    • políticas de acesso,
    • monitoramento de eventos,
    • integração com logs de cloud e de serviços de IA.
  • Foco em detectar comportamentos anômalos e usar inteligência de ameaças para acompanhar esse novo tipo de ataque automatizado.


Neologik InfraOne – Infra como Serviço

  • Visão centralizada da infraestrutura:
    • servidores,
    • redes,
    • VPNs,
    • conexões com provedores externos.
  • Facilita mapear onde IA e cloud estão encaixadas na arquitetura, reduzindo pontos cegos e evitando que serviços críticos fiquem pendurados em estruturas sem governança.


Neologik BackupGuard – Soluções em S3

  • Backup estruturado em storage compatível com S3, com:
    • versionamento,
    • retenção,
    • política de recuperação.
  • Se um ataque automatizado usando IA comprometer sistemas e dados, quem tem backup íntegro e isolado volta mais rápido ao jogo.


Conclusão: usar big tech não é o problema — usar qualquer coisa, sim

O caso em que hackers usaram a IA da Anthropic em um ciberataque global não é prova de que “não dá para confiar em empresas grandes”.É prova de que:

  • ferramentas poderosas serão usadas por ambos os lados — defesa e ataque;
  • a diferença está em quem tem governança, transparência e capacidade de reação;
  • empresas que organizarem seu uso de cloud e IA com critério vão sair na frente.

Continuar apostando em nuvem e IA de empresas conhecidas, com estrutura e responsabilidade, e combinar isso com:

  • arquitetura bem desenhada (Flow),
  • segurança em camadas (Safe),
  • gestão de infraestrutura (InfraOne),
  • backup sério (BackupGuard),

não é luxo: é a maneira adulta de operar TI num mundo em que até os ataques já têm “assistente de IA” trabalhando em tempo real.

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