O que aconteceu nesse megavazamento

Em outubro de 2025, o serviço de monitoramento de vazamentos Have I Been Pwned (HIBP) adicionou à sua base 183 milhões de endereços de e-mail com credenciais vazadas em diferentes incidentes ao longo dos anos.

Não foi “um” ataque a um único site ou empresa. A lista foi compilada a partir de diversas fontes, incluindo:

  • bases de dados que já circulavam em fóruns;
  • informações da dark web;
  • dados roubados por malwares do tipo infostealer, que capturam senhas salvas no navegador e em aplicativos.

A compilação, feita pela empresa de segurança Synthient e integrada ao HIBP, tem proporções absurdas:

  • 23 bilhões de linhas de dados;
  • aproximadamente 3,5 TB de informações organizadas;
  • 183 milhões de emails únicos utilizados para consulta no HIBP.

É um dos maiores conjuntos de credenciais já vistos de forma organizada e “pronta para uso” por criminosos.


Importante: isso não significa que Gmail/Outlook “foram hackeados”

Muita manchete dá a entender que “vazaram 183 milhões de contas do Gmail”. Não é bem assim.

O que aconteceu:

  • os dados foram reunidos a partir de múltiplos vazamentos antigos e recentes, somados a informações roubadas por malwares instalados nas máquinas das vítimas;
  • ou seja: o problema está no conjunto de credenciais reutilizadas em vários serviços, não em um único provedor específico que “caiu”.

Na prática, os criminosos pegam:

  • e-mail,
  • senha,
  • às vezes o site/serviço onde aquilo foi usado,

e aproveitam essa lista para testar logins em massa em outros sistemas — o famoso credential stuffing.

Se você usa a mesma senha em vários lugares, aí sim a bomba estoura.


Por que esse vazamento é tão perigoso

Três pontos deixam esse caso especialmente preocupante:

  1. Volume
    183 milhões de emails com combinações de senha é muita gente potencialmente exposta.

  2. Organização dos dados
    Não é só “arquivo jogado na dark web”: é uma base estruturada, com dados limpos, cruzados e prontos para automação de ataques.

  3. Histórico + atual
    A lista mistura credenciais de vazamentos antigos com dados capturados recentemente por malwares, o que aumenta a chance de alguma senha ainda estar ativa.

Para pessoas físicas, isso significa risco de:

  • invasão de contas de e-mail, redes sociais e serviços financeiros;
  • golpes de extorsão e phishing muito mais personalizados;
  • roubo de identidade.

Para empresas, o buraco é mais embaixo:

  • uso de senhas corporativas reaproveitadas em serviços pessoais;
  • acesso indevido a sistemas internos, VPN, e-mail corporativo e painéis de gestão;
  • risco de ataques maiores (ransomware, roubo de dados, fraude) a partir de uma única credencial vazada.


Primeiro passo: ver se seu email apareceu na lista

O caminho mais simples para saber se você foi afetado é usar o próprio Have I Been Pwned, criado pelo especialista em segurança Troy Hunt.

O processo é:

  1. Acessar o site do HIBP.
  2. Digitar seu e-mail principal (e os corporativos, se a empresa permitir esse tipo de consulta).
  3. Ver em quais vazamentos aquele endereço apareceu.

Se o e-mail estiver nessa lista mais recente (ou em qualquer outra), isso significa: a senha usada naquele serviço não pode mais ser considerada segura.


Como se proteger: passo a passo para usuários e empresas

Vamos ao que interessa: ação prática.


1. Troque senhas vazadas — e parentes próximas

  • Se um email seu apareceu no HIBP, troque imediatamente a senha daquele serviço.
  • Se você usava a mesma senha ou variações parecidas em outros sites (“Empresa123”, “Empresa123!”, etc.), troque nessas contas também.

Reaproveitamento de senha é o que transforma um vazamento em efeito dominó.


2. Use senhas fortes e únicas (com gerenciador de senhas)

Na prática, ninguém consegue inventar e lembrar 40 senhas complexas diferentes.É por isso que a recomendação séria hoje é:

  • usar um gerenciador de senhas confiável;
  • deixar ele gerar senhas longas, aleatórias e únicas para cada site;
  • você só lembra uma senha-mestra — forte e bem guardada.

Isso vale tanto para usuários quanto para times inteiros dentro da empresa.


3. Ative autenticação em dois fatores (2FA) em tudo que for crítico

Mesmo que uma senha vaze, o 2FA adiciona uma segunda barreira:

  • código por app autenticador;
  • chave física (FIDO/U2F);
  • ou, no mínimo, SMS (apesar de ser menos seguro, ainda é melhor do que nada).

E-mail, redes sociais, serviços bancários, painéis administrativos e acessos corporativos deveriam ter 2FA como padrão.


4. Caçar e eliminar infostealers

Esse megavazamento tem um detalhe chato: boa parte das senhas foi roubada por malwares que vivem no computador do usuário, tirando senhas salvas no navegador.

Ou seja, não adianta só trocar a senha se:

  • o seu computador continua infectado;
  • o malware vai capturar de novo a senha nova.

Medidas mínimas:

  • manter sistema operacional e navegadores atualizados;
  • usar solução de segurança confiável;
  • revisar extensões de navegador e apps instalados (principalmente “coisinhas grátis mágicas”);
  • evitar instalar software de fonte duvidosa.


5. Educação de usuários (dentro e fora da empresa)

Grande parte dessas credenciais nasce de:

  • phishing bem feito;
  • sites falsos;
  • “promoções” pedindo login com e-mail e senha.

Treinar colaboradores e reforçar boas práticas com clientes e parceiros é tão importante quanto qualquer tecnologia.


Impacto para empresas: o problema não é “se”, é “onde”

Esse tipo de lista com 183 milhões de logins é combustível para ataques automáticos. No contexto corporativo, isso bate direto em:

  • acesso a VPN e portais internos com credenciais reaproveitadas;
  • painéis em nuvem (e-mail, CRM, ERP, cloud) usando o mesmo e-mail/senha de outros serviços;
  • contas de colaboradores que usam e-mail corporativo em cadastros aleatórios na internet.

Para empresas, o mínimo a fazer é:

  • implementar política de senha forte e única;
  • forçar 2FA em contas críticas;
  • integrar logs de acesso e alertas de login suspeito com monitoramento de segurança;
  • ter processo de revogação rápida de acesso para contas suspeitas.


Como a Neologik encaixa isso numa estratégia real de proteção

Não dá pra impedir que listas como essa existam.O que dá pra fazer é organizar a casa para que uma credencial vazada não signifique um incidente grave.

É aqui que os produtos da Neologik se conectam ao problema:


Neologik Safe – Soluções de Cyber

  • Ajuda a estruturar:
    • políticas de acesso,
    • monitoramento de logins suspeitos,
    • integração com alertas de tentativas de autenticação anômalas.
  • Apoia a implementação de:
    • 2FA consistente,
    • revisões periódicas de credenciais,
    • resposta a incidentes envolvendo contas comprometidas.


Neologik Flow – Soluções Cloud

  • Organiza o ambiente em nuvem:
    • quem acessa o quê,
    • de onde,
    • com qual nível de permissão.
  • Facilita aplicar governança de identidade (contas, grupos, permissões) e reduzir o impacto de senhas vazadas em serviços cloud.


Neologik InfraOne – Infra como Serviço

  • Dá visibilidade sobre:
    • servidores,
    • VPNs,
    • serviços publicados,
    • pontos de entrada para a rede corporativa.
  • Isso permite reagir rápido quando:
    • há tentativa de uso de credencial vazada,
    • é preciso bloquear acesso,
    • é necessário isolar um segmento da rede.


Neologik BackupGuard – Soluções em S3

  • Em cenários mais graves (por exemplo, quando a credencial vazada leva a um ransomware ou exclusão de dados), backup confiável e isolado é a linha final de defesa.
  • Ter cópias seguras em storage compatível com S3 garante que a empresa consiga se recuperar sem ficar refém de criminosos.


Conclusão: vazamentos vão continuar, descuido não deveria

O megavazamento que adicionou 183 milhões de emails e senhas à base do Have I Been Pwned é mais um episódio numa série que não vai acabar tão cedo.

A internet está cheia de listas, bancos de dados combinados e credenciais velhas reaproveitadas.A diferença entre “mais uma notícia de vazamento” e “um incidente sério na sua empresa” está em:

  • como você trata senhas e acessos;
  • quão preparada está sua infraestrutura;
  • que tipo de governança você aplica em cloud, segurança e backup.

Tecnologia sozinha não resolve — mas technology bem pensada, combinada com processos e educação, reduz muito o dano.

E é exatamente esse o jogo: usar soluções como Safe, Flow, InfraOne e BackupGuard para transformar um cenário de risco permanente em uma postura profissional de segurança, em vez de viver na base do “torcer para não estar na lista”.

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